“Rimos, choramos e partilhamos as nossas histórias. Não se percebe o quão vitais são estas conexões até as experienciarmos. É então que descobrimos que, apesar das nossas vidas solitárias, não estamos realmente sozinhos.”

No Senegal, as trabalhadoras do sexo enfrentam violência incessante, discriminação e preconceito social. Muitas sofreram agressões sexuais e são frequentemente recebidas com preconceito pelos prestadores de cuidados de saúde. Para combater esses desafios, uma organização de direitos das mulheres, inspirada pela participação no 2º Festival Feminista Republik, organizou um festival transformador de dois dias para 30 sobreviventes de violência. O encontro proporcionou um espaço acolhedor onde as mulheres puderam partilhar abertamente as suas experiências, formar conexões com outras e aceder a apoio vital enquanto iniciavam as suas jornadas de cura. As atividades e ofertas incluíram discussões envolventes em mesas redondas, sessões tradicionais e contemporâneas de bem-estar e tratamentos de rejuvenescimento.

Para além de promover o bem-estar e a cura, o festival visava fortalecer a solidariedade dos ativistas pelos direitos das trabalhadoras do sexo. O coletivo espera criar um ambiente mais solidário, forjando alianças e conexões que também promovam o autocuidado como parte integrante do seu trabalho de ativismo. O festival também destacou a necessidade de soluções sustentáveis para abordar as causas profundas da violência e discriminação enfrentadas pelas trabalhadoras do sexo.

Uma participante disse, “Os anos de trabalho deixaram marcas no meu corpo. A massagem ajudou-me a relaxar e a perceber o quão tensa estava. Pela primeira vez em muito tempo, senti-me acarinhada e cuidada.” Esta experiência demonstra o poder do cuidado coletivo e da cura em capacitar sobreviventes de violência e promover a justiça social.